quinta-feira, maio 04, 2006

fashion week

De tempos em tempos, leio em algum lugar idéias que eu poderia jurar terem sido minhas, e que acabaram sendo popularizadas por algum vampirinho.
Não sei se sou uma piada de mim mesma, ou se concordo com um amigo que diria
- Idéias estão no ar como ondas de rádio. Quem as captar primeiro, vira dono.
Penso que poderia me dar bem nesse lance. de moda, antecipando tendências como o retorno das saias godês de Dior (o que afinal poderia melhor para o formato de ampulheta das brasileiras?) ou as misturas bem sucedidas de estampas, sapatos baixos, sapatilhas, casacos 3/4 , cacharrel, cintos com tachinhas, chemisiers, tweed de lã. Acho que pensei nisso tudo faz uns 10 anos, aliás, venho usando tudo isso já faz tempo.
Serei avant-garde ou retrô?
Estará Luana Piovani certa ao afirmar na frente de uma Betty Lago ofendida que tudo que havia para ser inventado na moda já foi?
La Puta Madre, e as opiniões da filósofa que não articula suas idéias, nem mesmo numa Saia Justa, onde talvez o jargão de Galvão Bueno pudesse confirmar
- Espreme que ele confessa!
Mas nem assim. Ali, as opiniões são meio estéreis. De Fernanda Young a Márcia Tiburi. Mal, mal! Muito mal. Bem estava Rita Lee, dormindo durante a gravação e se apropriando de uma das táticas masculinas mais antigas
- Estou ouvindo...
O que faz uma idéia ser nova, diferente, original, valer a pena? Diz o Sagae que nenhum artista prescinde de pesquisa. Arte só é arte quando é feita sobre um estudo sério.
Estudo de quê? Pra quê?
Até Niezsche, saído de um livrinho de entretenimento comprado em uma banquinha de aeroporto, achava que somos “demasiado humanos” para criar algo divino. Será enfim a porra da natureza o que temos de mais interessante por aqui? Bilhões de anos de aperfeiçoamento? Bah! Me nego a dar razão aos ecochatos.