Inquieto cansado
por Marcos Vivan
O que faz as pessoas sentirem medo? Um obstáculo na vida? Uma selva fechada onde a única forma de sobrevivência é atravessá-la com a cara e a coragem? Um seqüestro? Ou o simples fato de você estar em um lugar sem ao menos saber como foi parar lá?
È assim comigo, quando acordo pela manhã em um sobressalto e molhado de suor.
Já sonhei com tudo que eu podia imaginar, mas meus últimos sonhos têm sido no mínimo surpreendentes de tão reais que parecem.
Deito e minha cama, as noites quentes ou aquelas quais o sono foge sempre me fazem olhar para o teto de meu quarto, vejo as luzes dos carros voando pelas sombras através das frestas da persiana, somem antes mesmo de um piscar de olhos.
Conforme a madrugada vai entrando, o barulho na rua começa a se tornar mínimo, mas mínimo a ponto de você ouvir os menores ruidos da cidade. Ouço o relógio de o semáforo trabalhar e estalar depois de sessenta cliques. Na estação da Barra Funda, que deve ficar há cerca de um, talvez dois km de casa, ouço os trens de serviço passando pra lá e pra cá, limpando os trilhos, checando falhas, batendo contra os sulcos que se formam no trajeto e por fim seu apito dizendo que tudo está pronto para o dia seguinte. Ouço a Kombi que faz a entrega de jornais no bairro bem ao longe, seu motor inconfundível, engasga a cada parada, o rapaz joga os exemplares já não tão frescos na porta de casa. Depois de ouvir muita coisa acontecer na rua acabo me rendendo ao sono. Um sono estranho, cheio de lampejos, me sinto como um zumbi, acordo e durmo e assim vou compondo a noite, envolto em pensamentos.
Chego em algum lugar, ao redor encontro pessoas que nunca vira antes e no meio delas alguns conhecidos. Nesse momento parece que fomos transportados para um mundo que nos desafia ao extremo onde a luta para manter consciente a lembrança depende apenas de você.
Um mundo sem cores, onde o que predomina é a memória de cada uma delas e o sépia que cobre tudo. Você escuta vozes, conversas, músicas, sons variados do dia a dia e nada parece ser alto, parece tudo embutido, inconsciente. Vê coisas que nunca vira antes, sinais, situações, pessoas, lugares. Será que um dia farei isso acordado e consciente?
As pessoas falam com você mas sabem que daqui a instantes, dez segundos ou duas horas tudo não passará de vento soprado onde o mesmo traz o cheiro da melancolia em forma de nevoeiro, frio e denso. Frio como o escuro da noite, que não impede o orvalho de enfeitar as flores no raiar do dia. No fim você acorda do mesmo jeito que se deitou pra dormir... cansado e com sono.
O que faz as pessoas sentirem medo? Um obstáculo na vida? Uma selva fechada onde a única forma de sobrevivência é atravessá-la com a cara e a coragem? Um seqüestro? Ou o simples fato de você estar em um lugar sem ao menos saber como foi parar lá?
È assim comigo, quando acordo pela manhã em um sobressalto e molhado de suor.
Já sonhei com tudo que eu podia imaginar, mas meus últimos sonhos têm sido no mínimo surpreendentes de tão reais que parecem.
Deito e minha cama, as noites quentes ou aquelas quais o sono foge sempre me fazem olhar para o teto de meu quarto, vejo as luzes dos carros voando pelas sombras através das frestas da persiana, somem antes mesmo de um piscar de olhos.
Conforme a madrugada vai entrando, o barulho na rua começa a se tornar mínimo, mas mínimo a ponto de você ouvir os menores ruidos da cidade. Ouço o relógio de o semáforo trabalhar e estalar depois de sessenta cliques. Na estação da Barra Funda, que deve ficar há cerca de um, talvez dois km de casa, ouço os trens de serviço passando pra lá e pra cá, limpando os trilhos, checando falhas, batendo contra os sulcos que se formam no trajeto e por fim seu apito dizendo que tudo está pronto para o dia seguinte. Ouço a Kombi que faz a entrega de jornais no bairro bem ao longe, seu motor inconfundível, engasga a cada parada, o rapaz joga os exemplares já não tão frescos na porta de casa. Depois de ouvir muita coisa acontecer na rua acabo me rendendo ao sono. Um sono estranho, cheio de lampejos, me sinto como um zumbi, acordo e durmo e assim vou compondo a noite, envolto em pensamentos.
Chego em algum lugar, ao redor encontro pessoas que nunca vira antes e no meio delas alguns conhecidos. Nesse momento parece que fomos transportados para um mundo que nos desafia ao extremo onde a luta para manter consciente a lembrança depende apenas de você.
Um mundo sem cores, onde o que predomina é a memória de cada uma delas e o sépia que cobre tudo. Você escuta vozes, conversas, músicas, sons variados do dia a dia e nada parece ser alto, parece tudo embutido, inconsciente. Vê coisas que nunca vira antes, sinais, situações, pessoas, lugares. Será que um dia farei isso acordado e consciente?
As pessoas falam com você mas sabem que daqui a instantes, dez segundos ou duas horas tudo não passará de vento soprado onde o mesmo traz o cheiro da melancolia em forma de nevoeiro, frio e denso. Frio como o escuro da noite, que não impede o orvalho de enfeitar as flores no raiar do dia. No fim você acorda do mesmo jeito que se deitou pra dormir... cansado e com sono.
1 Comments:
Bom saber que poderei visitá-lo neste espaço. Bom saber que vais dividir com os amigos pensamentos e idéias que talvez não sejam tão fugazes quanto podem parecer à primeira aparição. Espero que fique por aqui por muito tempo.
Beijos
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