segunda-feira, agosto 28, 2006

A LIBERDADE

Ela te liga e pergunta se É amor? Você responde que Não sei... Talvez e ela não aprece nem um pouco satisfeita Você é como todos os outros que passaram pela minha vida e não deixaram marcas e você poderia continuar a conversa mas precisa continuar o trabalho ou vai se atrasar tanto que A gente pode se encontrar e conversar pessoalmente sai antes que você tenha tempo de Tudo bem e aí é tarde, adeus trabalho, adeus amor, adeus dia tranquilo no qual finalmente sua vida ia entrar em bom ritmo Pode ser no restaurante que a gente foi na primeira vez e você aceita antes mesmo que ela possa conter o riso e o arfar ansioso e você saca de imediato que foi pro brejo e noite e muito mais terá se acabado antes que o dia seguinte amanheça.
Na bolsa uma faca de cozinha que você não denuncia nem mesmo ao se aperceber que a costela de carneiro está mal assada Que delícia, não é? e Está ótimo você Quem diria que Um dia a vida vai Será que nós Nunca vou lembrar a verdade do Morri de inveja e o beijo ocorre como se assim devesse ocorrer (só pra constar, assisti Brokeback Mountain e lembrei agora que certos beijos têm mais comprometimento que outros) e logo as mãos e as pernas e a umidade e a secura e a vontade de um dia Você voltou a fumar? ela não responde, continua a soprar a fumaça e olhar pelo espelho do teto que seu corpo emagreceu e que uma pequena marca vermelha aparece perto da virilha e alguém Saí com dois caras ontem e você não se faz de surpreso porque realmente não é Eu sei Você não está bravo? Não Você me ama? e você não responde, levanta e vai pelado até a mesa e mexe na bolsa enquanto ela Se a gente casar, não preciso procurar outros caras e você apenas apaga a luz e pensa que amanhã o trabalho irá render e que finalmente sua vida entrará nos trilhos e não precisará mais pensar se ama pois ninguém mais o questionará e o único amor verdadeiro é aquele que terá por si mesmo na busca incenssante de preservar a liberdade, plena e suprema liberdade.