terça-feira, setembro 05, 2006

ÉTER

Existe um tipo de silêncio que grita. Não aquele da física quântica, que limita o tempo ao Big Bang, mas aquele da termodinâmica, que afirma que antes do Big Bang havia o espaço vazio ao redor, no qual oscilava a densidade; e, sendo assim, mesmo antes do início, já havia algo, já havia o tempo. Saber disso, optar por isso, dá esperanças de que depois do fim também haverá algo, talvez menor que o burburinho branco que é esta vida, talvez fluído e irreal como a densidade no vazio, um silêncio vibrante tanto que, em algum momento, zilhões de anos na eternidade, ecloda um novo primeiro momento e dele nasça uma nova possibilidade de mim.